terça-feira, 14 de dezembro de 2010

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Apesar do pesar

Apesar da noticia da tua morte,
não consegui evitar bocejar.

Sentei-me na cama.
Tinha mais vontade de dormir do que de sofrer.

E apesar da noticia da tua morte,
não consegui deixar de me espreguiçar

Deixei as lagrimas cairem devagar,
pingado-me a roupa enquanto me vestia.

Apesar da noticia da tua Morte,
não consegui deixar de Viver.

domingo, 27 de junho de 2010

E no principio

... e dos minutos se fizeram horas
horas e horas fizeram-se dias
Semanas
Meses
Anos
Anos e Anos até ser Luz

Da Luz a Matéria, a coisa
o Tudo e o Nada
o Universo, o Multiverso
o inverso e o reverso

O Fogo e Vento
o Mar a Terra e o Tempo

Do tempo os minutos
e dos minutos fizeram-se horas
horas e horas fizeram-se dias
Semanas
Meses
Anos
Anos e Anos até ser Breu

corpo no corpo do corpo

O cubo de gelo permanecia quieto,
na margem do rio.
Queria cumprir-se como cubo
e ver tudo.

Vadiava transparentemente
mergulhado na corrente

Não queria derreter nem crescer.
Estava ali, mesmo só para ver.

domingo, 9 de maio de 2010

3 de Junho

Não tinhas o direito de vires chorar para perto de mim.

Não sabia o que fazer aos meus braços,
Não sabia o que fazer com os teus,
Não tinha onde põr as tuas lágrimas.

Nunca soube abraçar, nem ser abraçado.

Um adulto quando chora assusta,
mete medo, está muribundo:
deixa de fingir que sabe o que é o Mundo.

sábado, 9 de janeiro de 2010

Quando cheguei ao horizonte,
voltei para trás.
Há ruas que ficam feias em dias de chuva,
Ficam ainda mais feias em noites de chuva.

São ruas que em dias de chuva ficam mais pequenas,
atrofiadas e amorfas.

São ruas que em noites de chuva ficam vazias,
inúteis e mortas.