sábado, 26 de setembro de 2009

Resumo

Resumidamente:

Nasceu, Morreu.

tem horas?

Dizer que se ve o Tempo quando se olha para um relógio,
é de uma inocência tal,
que chega a ser comovente.
A evolução descrescente
da noção de espaço,
evolui de forma inversamente proporcional
à noção de conhecimento a adquirir.

domingo, 13 de setembro de 2009

Nas ruas esquecidas
por onde já ninguém passa

Nas ruas sozinhas
por onde já ninguém vagueia

Existem lampiões acesos
que iluminam nada

Existem lampiões acesos
que têm o tempo suspenso

Coloquei-me debaixo de um
e suspendi-me a um nada esquecido e sozinho.

domingo, 17 de maio de 2009

No dia a seguir a teres morrido

A pedra na base da janela,
tinha umas quantas crostas de tinta branca secas caidas.

A madeira da janela,
tinha outras tantas crostas de tinta branca,
secas, a estalarem e prontas a cair sobre a pedra.

O trinco velho da janela,
resmunga de forma aguda quando lhe mexemos,
quer para abrir, quer para fechar.

Tenho a cabeça apoiada no vidro da janela,
de olhos abertos a olharem, porque quando estão abertos
não sabem fazer outra coisa...são mesmo assim os olhos.

O nariz embacia a janela,
enquanto respiro faço uma mancha densa, condensada.

Na dia a seguir a teres morrido,
estava assim comigo, contigo, embaciado,
aqui sobre a janela.

terça-feira, 28 de abril de 2009

Muro

Um Muro:
branco, sólido, robusto.
Mesmo á minha frente.

Embora consiga transpôr a mão
para o outro lado,
será sempre um Muro á minha frente.

Um Muro
branco, sólido, robusto.
Mesmo á minha frente.

Do outro lado,
sinto um espaço como este,
vazio.

Vazio, com um Muro:
branco, sólido, robusto mesmo em frente

Aqui e Aí

Estavas com a Cabeça inclinada
segura pelos dedos na testa

Olhavas não sei bem para onde
pensavas em qualquer coisa

Fiquei a pensar nessa tua coisa
enquanto olhava nao sei bem para onde

Os dedos seguravam-me a testa
da Cabeça inclinada.

segunda-feira, 30 de março de 2009

de volta ao Mundo

Sai de casa,
fechei a porta à chave
e iniciei a minha volta ao mundo.
Sempre com a mão direita a tocar nos edificios.
Dei uma volta ao quarteirão,
cheguei à minha porta,
abri
e entrei.

domingo, 29 de março de 2009

crostas de terra

Não dei por chegar ao Deserto

Vejo turvo,
Vejo tudo turvo.
Vejo turvo, tudo o que andei até aqui.

Não dei por chegar ao Deserto

Tenho os olhos cheios de pó,
que levanto a cada passo.
Tenho os passos lentos quando os levanto.

Não dei por chegar ao Deserto

Tenho as mãos rijas,
ouço as pedras rasparem-me a planta dos pés,
rijos.

Não dei por chegar ao Deserto

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Planicie dos Bisontes

Estavas sentado de costas para a porta,
devia ser da Luz.
Era sempre da Luz.

Passavas a mão pela cabeça,
de trás para a frente.
Passavas a cabeça pelo Tempo.

Sossegado,
Parado,
resignado.

Vi-te deitado virado para a porta,
deve ter sido do Tempo
porque o Tempo acabou.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Encore une fois

Uma vez mais.
Só mais uma vez,
Para que seja de vez.

Quero que me vejas,
Quero que me Sejas,
Quero que me queiras.

Aparece-me de novo.
Estou igual, mas como novo.
Haverias de gostar,
haverias de ficar.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Victor Jorge... Fernando

Victor Jorge , Victor por parte da Mãe e Jorge por parte do avô paterno. Pediu que o neto tivesse Jorge no nome para homenagear o fadista Jorge Fernando.
Esperava que o neto se tornasse tambem um grande fadista e que um dia, um outro avô desse ao seu neto o nome de Victor.