domingo, 17 de maio de 2009

No dia a seguir a teres morrido

A pedra na base da janela,
tinha umas quantas crostas de tinta branca secas caidas.

A madeira da janela,
tinha outras tantas crostas de tinta branca,
secas, a estalarem e prontas a cair sobre a pedra.

O trinco velho da janela,
resmunga de forma aguda quando lhe mexemos,
quer para abrir, quer para fechar.

Tenho a cabeça apoiada no vidro da janela,
de olhos abertos a olharem, porque quando estão abertos
não sabem fazer outra coisa...são mesmo assim os olhos.

O nariz embacia a janela,
enquanto respiro faço uma mancha densa, condensada.

Na dia a seguir a teres morrido,
estava assim comigo, contigo, embaciado,
aqui sobre a janela.